quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Perfeccionismo, por Rodrigo Escovedo

A característica básica do ser humano é que ele é um ser sociável. Atualmente, as redes sociais são as maiores responsáveis por essas interações, o que acaba distorcendo o que era pra ser uma relação saudável. É também o que agrava o problema do perfeccionismo por ser a maior fonte de informação sobre o que acontece tanto com pessoas íntimas, que estão perto de nós, geograficamente falando, quanto com aquelas que nunca tivemos ou possamos ter contato um dia. E o que estamos vendo a cada milésimo de segundo, a cada vez que atualizamos uma página, são mais e mais pessoas felizes e realizadas do que realmente existem fora desse ambiente virtual. É por isso que os padrões para ser perfeito e ter uma vida perfeita acabam sendo desumanos e inatingíveis.

A sociedade contemporânea é quem impõe essa ditadura, onde todos temos que ter sempre um desempenho impecável. Porém, essa cobrança pelo perfeccionismo não torna as pessoas mais bem-sucedidas. Pelo contrário, as torna mais frustradas, incapazes de celebrar suas pequenas vitórias, pois seus olhos estão sempre voltados para o que ainda não conquistaram.

E o que torna o perfeccionismo uma tendência é o fato de que, culturalmente, ele se tornou algo positivo, pois se dizer perfeccionista pode parecer um autoelogio ou até mesmo falsa modéstia. Por isso, ele só é visto como um problema quando passa a ser visível, ou seja, passa a prejudicar as relações e até mesmo, a própria saúde, causando depressão, ansiedade, estresse, baixa autoestima, alienação, o que pode levar ao suicídio.

Agrava inclusive a sua produtividade, já que o perfeccionista deixa o resultado definir quem você é. Exige tanto de si, busca fazer tudo sem erro e sem nenhuma possibilidade de ser criticado que prefere não fazer do que fazer errado, tornando-se um procrastinador e com uma produtividade muito abaixo do que poderia alcançar. Mas saiba que o feito é muito melhor do que o perfeito.

E a Bíblia não nos ensinou a ser perfeitos. Deus sempre nos ensinou a respeitar o processo, a caminhada, e nos assumirmos como pessoas falhas e pequenas a fim de glorificar a grandeza dEle e o domínio que Ele tem sobre as nossas vidas. Por isso, não somos pecadores porque pecamos. Pelo contrário, pecamos porque somos pecadores. Assumir que somos falhos vai contra o egocentrismo de achar que somos ou que podemos ser perfeitos. E o passo mais importante para aceitar essa nossa condição é deixar que Deus assuma o controle sobre nós.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

INTIMIDADE, por Victor Fernandes (adaptado)

Intimidade não depende de tempo, ela depende da nossa disposição para mergulhar no outro. Já criei laços fortíssimos em apenas alguns dias. Tem gente que convivo faz muito tempo e não me sinto íntimo. 
Intimidade tem a ver com enxergar de verdade o outro. Não só ver, mas entender, tentar decifrar, tentar fazer parte. 
Intimidade é você saber o gosto e, principalmente, você respeitar o gosto. 
Intimidade é você ouvir sem preconceitos e conclusões precipitadas. 
Intimidade é você se sentir parte da vida do outro e ter interesse verdadeiro em abrir sua vida para que o outro se sinta confortável nela. 
Intimidade não tem a ver com conviver todos os dias, mas sim viver de verdade os dias ao lado do outro. Viver cada momento em que estão juntos. Com atenção, vontade, interesse real. 
Intimidade não se força, não se ensina, não tem como obrigar. Ela surge espontaneamente e desenfreadamente.
Intimidade é sobre conexão forte, que se faz presente, às vezes, em menos de quinze minutos de conversa. 
Intimidade é uma conexão rara, que sem forçar, você sabe que aquela pessoa entrou na sua vida. É dessas coisas que independem de convivência, é sentida. Isso é intimidade.