sexta-feira, 30 de novembro de 2018

TABACARIA, Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa

Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Perfeccionismo, por Rodrigo Escovedo

A característica básica do ser humano é que ele é um ser sociável. Atualmente, as redes sociais são as maiores responsáveis por essas interações, o que acaba distorcendo o que era pra ser uma relação saudável. É também o que agrava o problema do perfeccionismo por ser a maior fonte de informação sobre o que acontece tanto com pessoas íntimas, que estão perto de nós, geograficamente falando, quanto com aquelas que nunca tivemos ou possamos ter contato um dia. E o que estamos vendo a cada milésimo de segundo, a cada vez que atualizamos uma página, são mais e mais pessoas felizes e realizadas do que realmente existem fora desse ambiente virtual. É por isso que os padrões para ser perfeito e ter uma vida perfeita acabam sendo desumanos e inatingíveis.

A sociedade contemporânea é quem impõe essa ditadura, onde todos temos que ter sempre um desempenho impecável. Porém, essa cobrança pelo perfeccionismo não torna as pessoas mais bem-sucedidas. Pelo contrário, as torna mais frustradas, incapazes de celebrar suas pequenas vitórias, pois seus olhos estão sempre voltados para o que ainda não conquistaram.

E o que torna o perfeccionismo uma tendência é o fato de que, culturalmente, ele se tornou algo positivo, pois se dizer perfeccionista pode parecer um autoelogio ou até mesmo falsa modéstia. Por isso, ele só é visto como um problema quando passa a ser visível, ou seja, passa a prejudicar as relações e até mesmo, a própria saúde, causando depressão, ansiedade, estresse, baixa autoestima, alienação, o que pode levar ao suicídio.

Agrava inclusive a sua produtividade, já que o perfeccionista deixa o resultado definir quem você é. Exige tanto de si, busca fazer tudo sem erro e sem nenhuma possibilidade de ser criticado que prefere não fazer do que fazer errado, tornando-se um procrastinador e com uma produtividade muito abaixo do que poderia alcançar. Mas saiba que o feito é muito melhor do que o perfeito.

E a Bíblia não nos ensinou a ser perfeitos. Deus sempre nos ensinou a respeitar o processo, a caminhada, e nos assumirmos como pessoas falhas e pequenas a fim de glorificar a grandeza dEle e o domínio que Ele tem sobre as nossas vidas. Por isso, não somos pecadores porque pecamos. Pelo contrário, pecamos porque somos pecadores. Assumir que somos falhos vai contra o egocentrismo de achar que somos ou que podemos ser perfeitos. E o passo mais importante para aceitar essa nossa condição é deixar que Deus assuma o controle sobre nós.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

INTIMIDADE, por Victor Fernandes (adaptado)

Intimidade não depende de tempo, ela depende da nossa disposição para mergulhar no outro. Já criei laços fortíssimos em apenas alguns dias. Tem gente que convivo faz muito tempo e não me sinto íntimo. 
Intimidade tem a ver com enxergar de verdade o outro. Não só ver, mas entender, tentar decifrar, tentar fazer parte. 
Intimidade é você saber o gosto e, principalmente, você respeitar o gosto. 
Intimidade é você ouvir sem preconceitos e conclusões precipitadas. 
Intimidade é você se sentir parte da vida do outro e ter interesse verdadeiro em abrir sua vida para que o outro se sinta confortável nela. 
Intimidade não tem a ver com conviver todos os dias, mas sim viver de verdade os dias ao lado do outro. Viver cada momento em que estão juntos. Com atenção, vontade, interesse real. 
Intimidade não se força, não se ensina, não tem como obrigar. Ela surge espontaneamente e desenfreadamente.
Intimidade é sobre conexão forte, que se faz presente, às vezes, em menos de quinze minutos de conversa. 
Intimidade é uma conexão rara, que sem forçar, você sabe que aquela pessoa entrou na sua vida. É dessas coisas que independem de convivência, é sentida. Isso é intimidade.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O MARAVILHOSO MUNDO DOS INTENSOS, por Estela Meyer


Ser intenso é ser mais do que inteiro.
Mais que completo. É ser transbordante. Abundante.
Eu acho lindo quem não admite ser raso. Quem se entrega, se doa, quem faz e acontece. Quem encara um desafio só pelo gostinho, quem sai da plateia e vai ser jogador.
Quem se joga e quem joga, até descalço. Não importando que faltem dez minutos pra acabar a partida.
Gosto de gente que enfrenta, que luta, que argumenta, que esgota até dizer chega.
Admiro quem não se cala, quem tem palavras de sobra, quem inventa moda e não sossega.
Gosto da bravura, da luta, da lágrima.
Me encanto com pessoas e verdades inteiras, sem vírgulas, sem traços, sem “se”.
Adoro surra de like, surra de áudio, surra de beijo.
Gosto de firmeza. Nas promessas, palavras e apertos de mão.
Os abraços, gosto mesmo daqueles de verdade, os generosos, os de faltar o ar, os quebra-costela.
Rir até doer a barriga.
Dançar até doer o pé.
Experimentar, ousar, explorar, movimentar, mergulhar. Adoro.
Adoro quem faz questão, quem tenta até o último suspiro e quem suspira de tanto tentar.
Adoro corações transbordantes e mesas fartas.
Não é o simples exagerar, desperdiçar, esbanjar. Mas é além do completar, sustentar, abastecer. 

Algo que flutua entre esses dois universos, onde jamais se passa fome nem vontade.
Tom pastel, monotonia e meias porções nunca me serviram bem.
Intensidade aqui meu caro, é prato cheio.

sábado, 25 de agosto de 2018

AMOR, de Hilda Hilst

Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas.
E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena.
E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida

Hilda Hilst

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

COISAS QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40, por Artur da Távola


Amor não se implora, não se pede, não se espera…
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor… Ah, o amor…
O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos,
cura doenças…
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente…

Artur da Távola

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Eu almejo
Formas de dispensar qualquer egoísmo
Qualquer egocentrismo
Enfim, os derivados do ego


Erro
Toda hora
Mas me distancio
Cada vez mais e pouco a pouco
De arrepender-me
Defender-me com tantas armas
E depender das mesmas travas
Passadas
Isoladas
Como são assim as passagens da vida
A passagem que é a vida
As escolhas que eu faço
Vou procurar na autorresponsabilidade
O meu melhor, as minhas habilidades


Encontro
Quando quero ver
Alegria de viver
Saúde para trabalhar
Observo que além disso e daquilo,
Dos assuntos desnecessários,
Existe em mim um velho relicário
Jóias raras e preciosidades
Que enaltecem quando lembro da minha luz
Da minha véia e boa humildade
Dos verdadeiros irmãos
Das verdadeiras amizades


Desembaraçando a minha própria trança,
Crio laços
De amor puro e sincero
Que estende a mão e ajuda
Como quem cria assim a estrutura
Da firmeza que Deus dá
Da fortaleza a qual eu me integro

E quero
Quero mesmo!
E peço
No pedido de um rezo
No soar de um verso
Para não querer tanto
Não entrar em retrocesso

E, fía, preste bem atenção:
Vê se nao erra denovo!
Dê flechada ligeira em urubu
E não vá sair por aí chamando de "meu loro"

Sabe de uma coisa?
O que eu quero mesmo
É da Terra, acompanhar o compasso
Do céu, ver o horizonte
Visão de águia
Infinitos exemplos de ser livre como um pássaro

Calma. Não existe erro grande
Não existe erro pequeno
As vezes perco
E então, encontro
Aprendo
A ter coragem
A ser imagem
Semelhança
Olhar mais verde
Ter esperança
Seguir a viagem
Carregar a bagagem
E da própria dar conta
Ir encaminhando

Que bom é ter essa resposta!
Que mais fácil é ir descalço
Mais simples, mais corajoso
No silenciar de harmonia
Na vida nova, na linha estreita
No caminho

Que perceber a proposta ja é ir alcançando
A paz interior e a alegria
A bem-aventurança de cada dia
Somente para si...mostrado.

(Larissa Lamarck)


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A VIDA VALE À PENA, por Morgana Lanussy

A vida é uma caixinha de surpresas, que vive nos pregando peças. Às vezes boas, outras nem tão boas. Mas o importante é o que aproveitamos e tiramos dela.
A vida sempre vale à pena, mesmo nos momentos em que desacreditamos dela. Vale à pena olhar o céu, as águas e respirar fundo por um segundo...
Vale à pena tudo o que conseguimos aprender. Nada é por acaso, e nada é perdido. Sempre tiramos proveito de algo...
Mas o melhor da vida é a conquista dos amigos, as boas risadas... isso sem falar nas gargalhadas, não é? Por isso quero dizer: sorria sempre! E sempre... O sorriso é o melhor cartão de visita, de apresentação e de despedida.
O sorriso é a melhor arma contra aqueles que não te querem bem e o melhor remédio para aqueles que te amam!
Que sua vida seja repleta de sorrisos.
Que sempre, mas sempre mesmo, sorria com o coração.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

AMOR IDEAL, por Bráulio Bessa

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Repare, que tanta gente no mundo
Corre em busca de um amor
Alguém que seja ideal
Aquela altura
Aquela cor
Aquele extrato bancário
Aquele belo salário

A quem ligue para a idade
Para raça, religião
Mas quem busca perfeição
Não busca amor de verdade

O ideal é amar
Inclusive o diferente
Afinal, que graça tem
Amar uma cópia da gente?

Procure sem ter critérios
O amor tem seus mistérios
E deixa a gente atordoado
Você sai para procurar
E ao invés de achar
Acaba sendo achado

E quando o amor lhe acha
Não tem para onde correr
Finda logo essa besteira
De mil coisas para escolher

Finda todo preconceito
É como se no seu peito
Coubesse o mundo inteiro
Com todo tipo de gente
E aceita que o diferente
É só alguém verdadeiro

Percebe que a estrada é repleta de amor
E você, nessa jornada,
Vai sorrir, vai sentir dor
Vai errar e acertar
Na peleja para encontrar
Um sentimento real

E uma dica, companheiro
Se o amor for verdadeiro,
Já é o AMOR IDEAL.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Mereces um Amor, apócrifo atribuído a Frida Kahlo - autora: Estefania Mitre


Este poema (apócrifo atribuído a Frida Kahlo), é na verdade de Estefania Mitre, uma jovem artista mexicana.

amor-violento


Mereces un amor que te quiera despeinada,
incluso con las razones que te levantan de prisa
y con todo y los demonios que no te dejan dormir.
Mereces un amor que te haga sentir segura,
que pueda comerse al mundo si camina de tu mano,
que sienta que tus abrazos van perfectos con su piel.
Mereces un amor que quiera bailar contigo,
que visite el paraíso cada vez que ve tus ojos
y que no se aburra nunca de leer tus expresiones.
Mereces un amor que te escuche cuando cantas,
que te apoye en tus ridículos,
que respete que eres libre,
que te acompañe en tu vuelo,
que no le asuste caer.
Mereces un amor que se lleve las mentiras,
que te traiga la ilusión,
el café
y la poesía.

Tradução livre:

Você merece um amor que te queira despenteada,
com todas as razões que te fazem levantar rapidamente
e com todos os demônios que não te deixam dormir.
Você merece um amor que te faça sentir-se segura,
que te ajude a conquistar o mundo ao segurar tua mão,
que sinta que teus abraços sejam perfeitos com a sua pele.
Você merece um amor que queira dançar com você,
que visite o paraíso cada vez que te olhar nos olhos
e que nunca enjoe de ler tuas expressões.
Você merece um amor que te escute quando canta,
que te apoie em tuas loucuras,
que respeite tua liberdade,
que te acompanhe em teu voo,
que não te faça cair.
Você merece um amor que leve embora as mentiras,
que te traga a ilusão,
o café
e a poesia.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018



Às vezes seu coração vai querer e pedir loucamente para alguém ficar. Vai focar na parte boa, nos momentos cada vez mais raros, em que o outro lhe faz bem. Sei que nada vai conseguir apagar as coisas boas que aconteceram, sei que nada vai conseguir tirar do que foi vivido o rótulo de história de amor. Mas o presente, muitas vezes, vai manchar o passado. Manchar de um jeito doloroso e, triste, mas também te lembrar que tudo é muito transitório mesmo, e assim como dói agora, poderá aparecer outro alguém para te ajudar a construir uma nova história. Talvez até esse mesmo alguém que lhe faz mal agora. Afinal, as pessoas mudam, crescem, evoluem. Pontos finais quase sempre são pontos de continuação, quase sempre são reticências (feliz ou infelizmente). Então, muitas vezes, seu coração vai dizer "fica", mas você vai precisar dizer pro outro "adeus, se cuida". Desejar boa sorte, torcer, com toda fé e força que você tem, para que o outro seja feliz, mude, melhore, evolua, cresça. E ir se cuidar também, né? E o futuro? Ah, o futuro... só Deus sabe. 🌻

(Victor Fernandes)

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Acelerar um coração é fácil. Qualquer um consegue arrancar um suspiro ou outro, dar prazer momentâneo, garantir risadas, dançar, mandar flores, chocolates, recitar poesias. Qualquer um sabe e pode ser romântico, seduzir, conquistar. Mas os raros são aqueles que, além de plantar sentimentos, sabem cuidar dos sentimentos que plantaram. Raros são aqueles que não acham que conquistar alguém é um jogo, um troféu que vai ficar decorando a estante com mais outros amores plantados.
Porque é tão comum. Tão comum despertar algo e não saber cuidar, plantar e não ficar para colher ou não ligar para o que tá colhendo, ser intensidade na conquista e não regar, durante a rotina, os sentimentos que plantou. Conquistar virou um jogo, uma brincadeira irresponsável de "desperto um monte de sentimentos em seu peito e depois não me importo com os resultados". É, infelizmente, a geração da irresponsabilidade emocional, das interações rasas, muito toque na pele e pouca responsabilidade no desenrolar das histórias.
E assim se vão as histórias de amor...Cada dia mais restritas ao "agora vai e não foi", ao que poderia ter sido muito e resolveu ser pouco. Não que as pessoas sejam obrigadas a permanecer, não é isso, mas é preciso ter um pouco mais de responsabilidade ao tocar corações e almas. O que para você é um gesto movido a tesão, para o outro lado da história pode ser um sentimento bonito florescendo. Acabemos de vez com essa história de que quem cria expectativas e sentimentos é culpado, quem planta tem tanta responsabilidade quanto quem é dono do coração-jardim. Conquiste, mas saiba da responsabilidade que é plantar sentimentos por aí. 🌻  (Victor Fernandes)

sexta-feira, 29 de junho de 2018

A ARTE DE SER FELIZ, texto de Cecília Meireles

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Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.


Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles, no livro “Escolha seu sonho”

terça-feira, 12 de junho de 2018

NAMORAR É ISSO..., por Liz Passos

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Tem gente que diz que namorar dá trabalho… que é muita cobrança e falta de liberdade.

Pois é… tem gente que não sabe mesmo namorar!

Namorar não é nada disso…

Namorar é ter um amor que também é seu melhor amigo.

É ter alguém que saiba rir e chorar junto com você.

É discutir e saber respeitar o ponto de vista do outro.

É sair de perto quando sentir que é preciso e voltar louco de saudade.

Namorar é roubar o último pedaço do chocolate, fazer guerra de travesseiros, esconder algo que impeça o outro de ir pra casa…é dormir vendo TV e perceber que alguém abaixou o volume para não te incomodar.

Namorar é ficar ansioso para saber o resultado daquele projeto que ele se dedicou tanto.

É comemorar as vitórias do outro como se fossem suas.

É querer contar as novidades e mal conseguir esperar esse momento.

Namorar é segunda-feira com gosto de “quero-você-por-mais-um-dia”.

É planejar os detalhes da próxima viagem e marcar no mapa os lugares onde já foram juntos.

Namorar é sexo com compromisso… e isso pode ser muito bom.

Namorar é respeito, admiração, paciência, impaciência, defeitos, qualidades, futebol, TPM… mas sobretudo compreensão.

Namorar é amar o cheiro, o gosto, aquele pequeno sinal em algum lugar do corpo que só você repara.

É saber criticar, sem desvalorizar.

É se interessar pelo outro… saber qual a cor preferida, como gosta do café… qual o seu maior sonho.

Namorar é se importar…

É vontade de ficar junto, mesmo sabendo que a pessoa não é perfeita.

É gostar da rotina aconchegante.

É saber-se só e cuidar da sua individualidade, sem ser egoísta… é ser completo sozinho, mas não abrir mão da companhia do outro.

Namorar é amor sendo materializado…

Namorar é fazer e sentir tudo isso sem o menor esforço… apenas usando o coração!

Feliz dia dos namorados!… para quem sabe o que é namorar!

sexta-feira, 1 de junho de 2018

De Victor Fernandes

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A saudade vai aparecer. É inevitável fugir dela. Talvez, ela vá ficando menor todos os dias, vá diminuindo e ficando suportável. Ela vai surgir no meio da rotina, vai tentar incomodar, vai tentar te distrair. Você entra numa sessão nostálgica no meio da tarde, e quando percebe passou o resto do dia recapitulando os fatos. "O que eu poderia ter feito?", "porque eu não disse isso?", "será que devo ligar agora?", "será que ainda tem jeito?". Você vai ficar se perguntando essas coisas, vai andar com um pé no presente e outro no passado, e lhe digo: isso não é seguir em frente. Isso não é viver, você nunca vai ser pleno se ficar todos os dias se martirizando, revivendo coisas que já não têm conserto. Tudo que aconteceu já aconteceu e pronto. Alguns momentos foram lindos, alguns outros foram terríveis, e isso que é a vida, rir e chorar, rir e chorar e seguir. Ou você aprende de uma vez que ter saudade é normal, e que o remédio pra isso é continuar vivendo, ou vai passar a vida vivendo em pedaços. Você precisa focar no presente, o passado tem seus bons motivos, eu sei, mas a vida tem que ser pra frente. Existem novas histórias prontas para serem vividas. Alguns capítulos passados podem repercutir lá na frente, mas enquanto isso, é vida que segue.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

CANÇÃO, de Cecília Meireles


No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas…
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto

Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A UM AUSENTE, de Carlos Drummond de Andrade

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Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Texto de Victor Fernandes

Essa não é uma carta de amor nem um desabafo, é uma espécie de contrato e eu vou chamar de "contrato para quem está entrando em minha vida". Não vou lhe obrigar a assinar nada, PROMETO!

Só quero que saiba que se ultrapassar a linha e entrar no meu mundo, terá que respeitar algumas regras, ok? Vamos lá!

Só quero perto de mim boas energias, se não puder me impulsionar, pelo menos, não corte minhas asas. Preciso deixar claro, na maioria dos dias ficarei muito calada, mas em outros encherei o saco e falarei demais.

Posso até dar vexame, mas aqui impera a regra do amor incondicional e a gente vai amar apesar dos pesares. O mais importante é que acredite que estarei aqui sempre que precisar e ingenuamente esperarei que você também esteja.

Também saiba que não há nada lhe prendendo aqui, então só fique ao meu lado, na minha agenda telefônica ou na minha vida, se quiser, se puder, se precisar.

Só não deixe alguma energia ruim contaminar as águas do meu mundo... Tenho sede de leveza e paz.

De resto, pode ir quando quiser. Sorria em outro lugar, seja feliz, tipo incrivelmente feliz, ok? Juro que não me importarei. No meu mundo a gente torce pelos outros, sabia? Aqui a gente releva os defeitos, sonha junto, e não gasta nenhum minuto falando mal de ninguém.

As portas estarão sempre abertas, e você terá sempre o melhor de mim.

Sorria se concorda e pronto! Vamos nessa!

✏ Victor Fernandes

sexta-feira, 27 de abril de 2018

SEM REMÉDIO, de Florbela Espanca


Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

quinta-feira, 26 de abril de 2018

TOMARA, de Vinicius de Moraes

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara 
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

quarta-feira, 25 de abril de 2018

CANÇÃO PARA UMA VALSA LENTA, de Mario Quintana


Minha vida não foi um romance…
Nunca tive até hoje um segredo.
Se me amas, não digas, que morro
De surpresa… de encanto… de medo…

Minha vida não foi um romance,
Minha vida passou por passar.
Se não amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.

Minha vida não foi um romance…
Pobre vida… passou sem enredo…
Glória a ti que me enches a vida
De surpresa, de encanto, de medo!

Minha vida não foi um romance…
Ai de mim… Já se ia acabar!
Pobre vida que toda depende
De um sorriso… de um gesto… um olhar…

(In, “Canções”, segundo livro de Mario Quintana, Ed. Globo e “Melhores Poemas de Mario Quintana, Global Editora” – conferi pessoalmente o texto em Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005. p. 156)

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Texto de Victor Fernandes

Ela é intensa, absurdamente intensa, se joga de cabeça nas coisas, quebra a cara com frequência, cai e levanta, tenta e corre atrás do que quer. É exagerada, quer o mundo, quer toda a felicidade que couber em seu corpinho. Quer ser feliz, exageradamente feliz. Já sofreu muito e quer paz, já chorou muito e quer que as lágrimas floresçam os recomeços. É impulsiva, às vezes mete os pés pelas mãos, tropeça em seus excessos. Faz parte. Tem aprendido a lidar com sua confusão. 
Ela é confusa ou, pelo menos, não existe tédio com ela. Tem hora que quer e tem hora que não quer. Tem hora que fala muito e fala alto, tem hora que é mansa e quase silenciosa. Tem dia que quer dançar e beber, tem dia que quer ficar de boa de pijamas acompanhada apenas de um filme clichê do começo dos anos 2000. É uma complexidade linda, é, sobretudo, emoção. Uma montanha-russa cujo destino é sempre ser a mais verdadeira que possa ser. Ela é uma bagunça boa, e acaba quase sempre se arrumando, dando certo, sendo feliz de um jeito único e particular. Ela vale à pena, mesmo que muita gente tenha passado por sua vida sem ter essa plena noção. 🌻💙

terça-feira, 10 de abril de 2018

9 PEÇAS ESSENCIAIS DO MEU CLOSET DE INVERNO

O frio já está presente entre nós, vem chegando de mansinho, mas já dá para sentir o vento gelado no ar. E com ele vem aquela dúvida: o que vestir no inverno? Nem só de jaquetas e casacos mega quentinhos e estilosos vive o nosso closet, meninas! As sobreposições e as peças certas fazem toda a diferença no look. Vai por mim!

Então, sem mais demora, vamos as peças que você super precisa ter no seu closet para lacrar na produção na estação mais fria do ano.


1) Turtleneck: peça must-have da estação, a turtleneck nada mais é que a velha t-shirt de gola alta e manga comprida. Essa peça fica bem com tudo - desde um jeans até uma saia midi mais fina. Vale a aposta!


turtleneck

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2. Jaqueta de couro: nada diz mais 'inverno descolado' do que uma jaqueta de couro bapho, não é mesmo?


Alessandra Ambrosio usa skinny boot com jeans e jaqueta de couro.

Sou A PAI XO NA DA por tricot, vocês sabem bem, e ele faz parte do meu guarda-roupa tanto de frio quanto de calor. Mas é claaaaro que no inverno é quando ele brilha mais do que nunca! E além dos vestidinhos (loveee) blusas, batas, casacos, saias e afins, ultimamente ando gamada nas golas de … Continue lendo "Como usar golas de tricot neste inverno"


3. Pantalona: essa calça mais fluida que brilhou no verão, fica perfeita com perfeita se combinada com overcoats, jaquetas e casacos mais pesados no inverno. Além de cair super bem com cardigãs. Não tenha medo de arriscar!


Model-Off-Duty: Get Karlie Kloss' Classic Cool Adidas Sneakers Look

@thesartorialist


4. Jogger pants: a peça mais confortável & descolada que também brilhou na estação mais quente do ano, também tem espaço no seu guarda-roupa de inverno e é perfeita para uma produção mais despojada.


Christine Centenera faz mix de casaco de pelos com calça jogging de moletom

Kendall Jenner


5. Saia midi: essa saia além de linda, é chique e estilosa. O comprimento é perfeito para dias mais amenos. Aposte em modelos sereia com casacos oversized, e nas plissadas com suéter, blazer, cardigã ou jaqueta de couro. Já com a icônica saia lápis você pode ousar com todos os tipos de casaco. Depende da ocasião e da sua inspiração. 


Look de inverno com saia midi azul + blusa fluida vermelha e tênis.

Tu inspiración para tener una vida más creativa y con estilo. Consejos de moda, belleza, salud, tips de manualidades e ideas para decorar

Look: Saia Lápis & T-shirt pra sair pra pagar umas contas

6. T-shirt: nós amamos jaquetas e casacos, mas nada mais cool e básico do que uma boa t-shirt por baixo, não é mesmo?


Lucy Williams usa calça com t-shirt e jaqueta de couro

Street Style

7. Tricot oversized: a peça com certeza é uma das queridinhas do inverno quando se fala em conforto e em não passar frio. Aposte em versões com gola alta e arrase!

Moda oversized no Brasil: vai pegar? - large - oversized street style - fashion

gola-pele-sueter


8. Casacos alongados: o maxi-cardigan também é uma ótima pedida para dias mais amenos. Coordene a peça com um bom jeans ou uma legging. Vai ficar lindo!


EJStyle - grey maxi cardigan, stuart weitzman high land boots, black skinny jeans, black croc shopper bag, perfect autumn fall outfit

sweater Mohito / pants TopShop / blouse H&M


9. Cardigã: Ninguém deveria viver sem um cardigã no armário. Eles caem super bem com tudo, desde um jeans skinny ao boyfriend, passando pela pantalona, calça de alfaiataria e ainda, com saias e vestidos.


INSPIRAÇÃO - BOTAS DE CANO CURTO! - Juliana Parisi - Blog

Falda Animal Print


Por hoje é só! O que acharam dessas 9 peças indispensáveis para o seu closet de inverno? Espero que tenham gostado.

Beijinhos.


terça-feira, 27 de março de 2018

O QUE TIVER QUE SER, SERÁ… NO TEMPO E MOMENTO CERTOS… (Texto Original de Raquel Aldana)

O que tiver que ser será, no devido tempo e hora, porque o destino é incerto e às vezes os ventos simplesmente não sopram a nosso favor, apesar de nossos esforços.

Dizem que as melhores coisas não são planejadas, simplesmente acontecem e é melhor não pressionar o tempo. Porque se alguma coisa deve acontecer, ela vai acontecer de qualquer maneira. E se não deve, não acontecerá. Simples assim.

“Por isso, de vez em quando é bom não planejar ou esperar, deixar de tentar encontrar razões para continuar por um caminho que não é o certo.”

O fato de que as coisas são mais simples do que originalmente planejamos abre uma ampla gama de possibilidades para desfrutar de uma vida muito mais relaxada e simpática para o nosso bem-estar.

Tudo passa, tudo chega, tudo se transforma

Provavelmente, todos concordam que somos um produto de nossas circunstâncias e nossos desejos. No entanto, às vezes estes são incompatíveis ou, é difícil para nós digerirmos as conseqüências. Isto levanta preocupações que nos deixam ansiosos e amargam nossa existência.

“Nestas ocasiões, é bom que nos lembremos de um famoso provérbio que guarda em si uma lógica avassaladora: Se tem solução, por que se preocupar? E se não tem, por que se preocupar?”

A verdade é que sim, parece óbvio que não devamos nos preocupar com o que não podemos resolver, mas deixar-se levar e ficar calmo às vezes pode ser praticamente impossível.

Então, talvez devêssemos aprender que há certas coisas que estão além do nosso controle e que muitas vezes permitir o fluxo da vida e aceitar as circunstâncias é a melhor das nossas opções.

Nós não somos a armadura, somos a respiração

Somos aquilo que digerimos, as pedras nas quais tropeçamos, os machucados que não curamos e os trágicos fins de nossas vidas. Nós não somos apenas os sorrisos, alegrias ou verdades, também somos mentiras, as críticas e as lágrimas que não choramos.

“Não se trata de crer ou não crer em destino, mas em deixar que as circunstâncias nos surpreendam e assim abrir as janelas do relaxamento emocional para nos ajudar a reacender os nossos sentimentos.

Ocasionalmente, é necessário fugir de nós mesmos e nossas expectativas. Então, lave a sua mente para tomar perspectivas, conte até dez e sinta o oxigênio encher seus pulmões.”

Lembre-se que as suas partes com as quais você não se conecta habitualmente, perdem a força que precisam para ser ativadas. Portanto não a vida passar diante de seus olhos, não retroceda.

Dê continuidade, aprenda a relaxar, a olhar muito de perto esses pensamentos que prejudicam você e contemple a vida com paciência. Não tente planejar cada milímetro de sua viagem, às vezes você simplesmente precisa ser inspirado por coincidências.

Traduzido pela Equipe de O SEGREDO