sexta-feira, 22 de maio de 2015

A UM POETA, de Antero Quintal


Tu, que dormes, espírito sereno,
Posto à sombra dos cedros seculares,
Como um levita à sombra dos altares,
Longe da luta e do fragor terreno,


Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno,
Afugentou as larvas tumulares...
Para surgir do seio desses mares,
Um mundo novo espera só um aceno...


Escuta! é a grande voz das multidões!
São teus irmãos, que se erguem! são canções...
Mas de guerra... e são vozes de rebate!


Ergue-te pois, soldado do futuro,
E dos raios de luz do sonho puro,
Sonhador, faze espada de combate!

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